Detalhes do Curso/Evento

R$ 240,00
Desde a captura de Adolph Eichmann na Argentina, em maio de 1960, até a execução da sua pena de morte, em junho de 1962, a opinião pública brasileira pôde acompanhar apaixonadamente e com grande interesse os episódios diários de seu julgamento. A profusão de informações sobre o caso Eichmann nas mídias, em uma escala mundial, produziu impactos que ultrapassavam sua dimensão factual. Demarcava-se, a partir daquele ano de 1961, ano do julgamento, um turning point na memória coletiva e na consciência histórica do genocídio dos judeus na Segunda Guerra Mundial. Em tempos que se seguiram ao julgamento, os mecanismos de empatia com as vítimas do Holocausto se universalizaram. Conexões complexas com outras experiências de vítimas de violência, com outras memórias de passados opressivos e ainda impunes foram se construindo pouco a pouco. Uma significativa produção historiográfica explora as dimensões transnacionais do julgamento de Eichmann, buscando identificar as particularidades da sua recepção conforme o contexto nacional e cultural. Além dos impactos subjetivos sobre indivíduos, o legado do julgamento de Eichmann, como tribunal de uma tragédia histórica, quando confrontado com códigos morais, afetivos e simbólicos de diferentes culturas, adquire contornos que dizem mais sobre essas culturas do que sobre o legado, propriamente, daquele julgamento. No Brasil, parece ser esse o caso. O objetivo do curso é propor algumas questões a respeito do impacto simbólico, raramente tratado, do legado do julgamento de Eichmann no contexto brasileiro. Valendo-me dos relatos da imprensa diária, busco identificar a atmosfera do impacto do julgamento, especialmente por meio de sua tradução pelos códigos culturais e simbólicos solidamente enraizados no imaginário brasileiro.

 

Dia da semana e horário
Quartas-feiras, 19h30 

Dinâmica do curso
Aulas interativas on-line, ao vivo com o professor

Título e resumo de cada aula
Dia 11 de outubro | Aula 01 | Impacto jornalístico. Um turning point na memória coletiva e na consciência histórica do genocídio dos judeus.

 

Dia 18 de outubro | Aula 02 | Impacto histórico. As dimensões transnacionais e não transacionais do julgamento de Eichmann na produção historiográfica que buscou identificar as particularidades de sua recepção e as conexões complexas com outras vítimas de violências, com outras memórias de passados opressivos e ainda impunes.

 

Dia 25 de outubro | Aula 03 | Impacto psicológico, individual e social. Além dos impactos subjetivos sobre indivíduos, o legado do julgamento de Eichmann, como tribunal de uma tragédia histórica, quando confrontado com códigos morais, afetivos e simbólicos de diferentes culturas, adquire contornos que dizem mais sobre essas culturas do que sobre o legado, propriamente, daquele julgamento. A aula abordará ainda o advento da vítima ressentida a partir desse julgamento em particular.

 

Dia 01 de novembro | Aula 04 | Impacto no Brasil. Questões a respeito do impacto simbólico, raramente tratado, do legado do julgamento de Eichmann no contexto brasileiro. Valendo-me dos relatos da imprensa diária, busco identificar a atmosfera do impacto do julgamento, especialmente por meio de sua tradução pelos códigos culturais e simbólicos solidamente enraizados no imaginário brasileiro.

 

Política de descontos
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*Descontos não acumulativos.

A inscrição no curso garante o acesso às aulas interativas, em modo presencial ou online, e ao conteúdo gravado, ao longo de 180 dias após a última aula.

Sobre a Professora
Monica Grin
  • Possui graduação em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1986), mestrado em Ciência Política (Ciência Política e Sociologia) pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (1991), mestrado em História - Brown University (1995) e doutorado em Ciência Política (Ciência Política e Sociologia) pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (2001).
  • É Professora Titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Coordena desde 2009 o Núcleo Interdisciplinar de Estudos Judaicos da UFRJ (NIEJ). É professora colaboradora do EAD em História da UNIRIO, desde 2009. 
  • Tem pós-doc pela Universidade de Coimbra e pela Unicamp. Pesquisa na área de História Contemporânea, com ênfase em racismo, pós-abolição, antissemitismo, holocausto, judeus no Brasil, multiculturalismo e história dos sentimentos morais. 
  • Foi coordenadora do Programa de Pós-graduação em História Social da UFRJ entre 2012 e 2015. Foi professora visitante na Universidade de Salamanca.
  • Foi Jovem Cientista da Faperj. Foi bolsista Jovem Cientista do Estado da FAPERJ.
  • É autora, entre outros, de RAÇA: DEBATE PÚBLICO NO BRASIL (2010) e, co-autora de IDENTIDADES AMBIVALENTES: DESAFIOS AOS ESTUDOS JUDAICOS NO BRASIL (2016)